A Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) recolhe, diariamente, cerca de 2.800 toneladas de resíduos que têm como destino um aterro sanitário, contratado pela Prefeitura de Belo Horizonte, em Sabará. Desde setembro de 2017, funciona no local, uma usina de aproveitamento energético, de propriedade da Asja Brasil, que evita a emissão atmosférica do gás metano, um poluidor potencialmente 25 vezes maior do que o dióxido de carbono (CO2), e utiliza o gás para produzir energia elétrica. A operação desta usina evitou a emissão de cerca de 377 mil toneladas equivalentes de CO2 por ano. Para efeitos de comparação, este valor corresponde à emissão de CO2 de 180 mil automóveis no mesmo período.
A usina de aproveitamento é composta por uma rede de tubos distribuída pelo aterro sanitário, que coleta o biogás e o conduz até uma central de tratamento, transformando o gás em energia elétrica. A unidade utiliza o biogás produzido pela fermentação anaeróbica dos resíduos como combustível para alimentar quatro motores capazes de gerar aproximadamente 46.000 MWh de energia elétrica por ano. Se essa energia fosse gerada por uma usina termoelétrica seriam necessários aproximadamente 74 mil barris de petróleo.
Toda a energia elétrica renovável produzida pelo aproveitamento energético nas usinas de biogás em Sabará e na BR-040 é conectada à rede elétrica da Cemig e distribuída para o uso dos mais diversos consumidores. No último ano, a energia produzida foi capaz de abastecer cerca de 38 mil residências. De acordo com Igor Vinícius Discacciati Loschi, gerente da unidade da Asja em Sabará, é uma produção significativa, sobretudo em um país que muitas vezes precisa importar energia. “É uma energia de base, contínua, produzida 24 horas por dia, todo o ano, diferente, por exemplo, da energia solar gerada em uma casa durante o dia, e da produzida nas hidrelétricas, que varia conforme os meses chuvosos”, diz.
Economia para os cofres públicos
Além dos ganhos ambientais, a operação traz benefícios financeiros para Belo Horizonte, uma vez que parte da receita gerada pela venda da energia elétrica é revertida para a Prefeitura. De acordo com Igor Vinícius Discacciati, os planos são de expandir a capacidade da unidade. “À medida que o aterro vai crescendo, com um volume maior de lixo depositado, temos uma geração maior de biogás para queimar e, consequentemente, mais energia produzida a partir dele”, afirma.
Para a diretora Operacional da SLU, Andrea Froes, os moradores de Belo Horizonte podem se orgulhar de viver em uma cidade onde os resíduos recebem um tratamento reconhecido internacionalmente como moderno e ecológico. “Este tratamento contribui para a não a destruição da camada de ozônio. A Prefeitura de Belo Horizonte faz a parte dela na busca de uma cidade mais sustentável. Cabe ao cidadão nos ajudar, colaborando com a manutenção da limpeza na cidade, participando da coleta seletiva, embalando seus resíduos corretamente para que os garis recolham, não descartando lixo em lotes vagos ou nas vias. Com atitudes simples como essas contribuímos para uma cidade melhor para todos”, garante.
02-08-2019