O município de Boa Esperança, no Sul de Minas, irá receber uma usina que promete gerar energia elétrica a partir do lixo dos moradores. A expectativa é que as obras para implantação do projeto, que é comandado por Furnas Centrais Elétricas, se iniciem no segundo semestre deste ano.
A ideia de criar uma usina a partir do lixo descartado pela população surgiu em 2012. Boa esperança foi escolhida por ficar ao lado do Lago de Furnas.
"Temos uma responsabilidade sócio-ambiental com os moradores da região do Sul de Minas, onde várias áreas foram inundadas para a sua implantação de Furna. Dessa forma, a gente tem um trabalho constante desde o início da usina até hoje. Daí surgiu esse projeto", explicou o Luiz Eduardo, que é superintendente de desenvolvimento geral de negócios de Furnas.
Depois de pensar no projeto, chegou a hora de colocá-lo em prática, mas pra isso foi necessário dividi-lo em etapas. A primeira fase, que foi desenvolvida nesses cinco últimos anos, foi concentrada em realizar pesquisas e testes, feitos em uma planta experimental em Mauá, no interior de São Paulo.
Agora, na próxima etapa, se refere ao início das obras, que deve custar cerca de R$32 milhões para Furnas. A pesar do alto custo, a empresa não precisará se preocupar com a compra do terreno da usina, que será implantada em uma área de 7,8 mil metros quadrados, cedida pela prefeitura de Boa Esperança.
A parceria com a administração pública também estará presente na formação dos trabalhadores. A ideia é contar com a mão de obra de pessoas da região, que receberão treinamento para atuar na área.
Já a matéria prima que irá gerar energia sairá das casas dos moradores, deixando de ir para o aterro da cidade. "Esse é um projeto que usa a tecnologia de gaseificação, que é bastante diferente da incineração. A taxa de poluentes é muito baixa, é uma tecnologia que a gente entende que consegue dar destino para todos os resíduos sólidos de uma maneira geral e através do gás produzido, gerar a energia elétrica", diz Nélson Araújo dos Santos, gerente de pesquisa e desenvolvimento de Furnas.
Além de implantar a usina, a segunda fase do projeto consiste em avaliar se a energia gerada é suficiente para comercialização. A princípio, a energia será utilizada apenas em prédios públicos do município. Com as duas primeiras etapas concluídas, a terceira será responsável por comercializar o produto final.
"É importante lembrar que este é um trabalho de pesquisa, sem característica comercial. Estamos estudando para que no futuro consigamos atender a comercialização", explicou Santos.
Depois de concluída as três etapas, a energia será transmitida pela rede da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
Saiba mais
Capacidade - 1 MW
Custo - R$ 32 milhões
Área da usina - 7.800m²
02-05-2017