ONG pede que Grande SP pague por poluição do Rio Tietê no interior



Prefeitura de Salto, a 100 km de SP, chegou a retirar 30 toneladas de lixo. Ideia é de Fundação SOS Mata Atlântica e Comitê da Bacia do Médio Tietê

 

Cidades do interior de São Paulo banhadas pelo Rio Tietê vão cobrar de municípios da região metropolitana pela poluição das águas.

 

Espuma, poluição. É uma correnteza de problemas. Os moradores de Salto, a cem quilômetros de São Paulo, se impressionam com a invasão e garrafas pet, embalagens até bolas e capacetes.

 

“É sujeira demais gente, não tem nem o que falar”, afirma uma moradora.

 

Todos os dias são despejadas em média, no maior rio paulista, 480 toneladas de poluição. Tem esgoto, resíduos das indústrias e lixo, muito lixo. Um exemplo bem claro dessa situação: toda a sujeira vem da região metropolitana de São Paulo e vai se acumulando ao longo das barragens das usinas hidrelétricas. Bastaria uma rede, uma grade para conter tudo isso. Mas não. No cantinho, toda sujeira vai indo rio abaixo.

Recentemente, a prefeitura de Salto retirou mais de 30 toneladas de lixo.

 

A sujeira toda vai ter um preço. A Fundação SOS Mata Atlântica e o Comitê da Bacia do Médio Tietê, que reúne 34 cidades, querem que o comitê que representa os mais de 30 municípios na região metropolitana pague pelo prejuízo ambiental.

 

É que a lei que criou no país a cobrança pelo uso da água já completou 20 anos e deu autonomia para os comitês das bacias criarem planos de atuação.

 

“Nós queremos que uma bacia que joga uma carga de poluição excedente, lixo, resíduos sólidos, esgotos sem tratamento para outra, compense este dano para a bacia que está abaixo para que esta bacia tenha sustentabilidade”, explica Malu Ribeiro, coordenadora de rede de águas da SOS Mata Atlântica.

 

O Comitê do Médio Tietê vai cobrar R$ 4 milhões por ano do Comitê do Alto Tietê para ações de recuperação – 10% do que é arrecadado com o uso da água.

 

Quem aprende na escola que é preciso preservar, mas vê o contrário acontecer, desabafa.

 

“Só parece que piora em vez de melhorar. Sujeira, parece que não tem fim isso”, diz a mestudante Camila Santos.

 

O comitê responsável pela bacia do Alto Tietê, que engloba as cidades da região metropolitana de São Paulo, declarou que não há previsão na legislação para a indenização pedida pelo Comitê da Bacia do Médio Tietê.

Fonte: G1.

01-08-2017