A crescente demanda pela melhoria de gestão e redução das perdas de água nas companhias de saneamento



O setor de saneamento nacional vem sendo cobrado, de forma gradativa e crescente, pela mudança de enfoque eminentemente sanitarista e técnico para a inclusão de critérios ambientais e econômico-financeiros em seus modelos de planejamento e gestão.

 

A Lei Federal 11.445, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico, prevê em seu artigo 2º os princípios fundamentais da prestação dos serviços, pontuando explicitamente a questão da eficiência e sustentabilidade econômica. Nota-se que a Lei trouxe à tona a discussão da eficiência econômica da prestação dos serviços, uma vez que vincula a efetivação de investimentos ao desempenho econômico-financeiro da empresa.

 

Essa evolução conceitual no âmbito institucional é determinante para fortalecer a discussão sobre o uso eficiente da água e para aclarar a definição de papéis e responsabilidades em diversos aspectos.

 

Partindo de uma reflexão focada na infraestrutura instalada, sabe-se, por exemplo, que a estanqueidade dos sistemas de distribuição e a qualidade metrológica dos medidores possuem a tendência natural de deteriorar-se com o tempo. De outro lado, a confiabilidade sobre a base de dados dos consumidores também tende a diminuir, se não for objeto de controles frequentes e rigorosos.

 

São os programas de reabilitação, de manutenção e o rigor dos procedimentos que permitem contrapesar essa tendência natural. Isso faz com que o valor do rendimento do sistema seja um resultado combinado da degradação natural das instalações e dos procedimentos que se aplicarão desde sua criação para melhorar os serviços técnicos, operacionais e comerciais, a fim de combater esta degradação.

 

Se o índice de perdas é estável num determinado período analisado, pode-se dizer que o mesmo alcançou um ponto de equilíbrio (não que este ponto seja o ponto de equilíbrio adequado, mas as ações realizadas são suficientes apenas para mantê-lo no mesmo patamar).

 

Se ele aumenta gradativamente, significa que as ações são insuficientes para compensar a degradação natural.

 

Para aumentar o rendimento de um sistema e reduzir assim suas perdas, é evidente e necessário, portanto, definir e implantar um plano de ação de manutenção e renovação de ativos, mas que inclua também procedimentos, estudos balizadores para tomada de decisão, tecnologia da informação e capacitação de mão-de-obra. Tal plano não pode ser concebido senão sobre a base de um diagnóstico profundo das causas que implicaram na redução de rendimento do sistema. Tendo em vista que toda queda de rendimento é, em geral, o resultado de insuficiências na gestão e manutenção, o alcance de nível superior de rendimento requer modificações na gestão com compromissos em três níveis interdependentes:

 

O compromisso contratual: este primeiro, muito comum em outros países, onde os operadores possuem metas contratuais de redução de perdas, o operador deve mostrar aos seus clientes e ao seu órgão regulador, em geral, que colocou em prática uma política eficaz de redução de perdas, com o fim de respeitar seus compromissos contratuais.

O compromisso econômico: um rendimento adequado e confiável do sistema de abastecimento permite manejar a previsão de volume de negócios no exercício e otimizar resultados. Estando as perdas de água acima do seu nível econômico de redução, as ações de redução sempre gerarão retorno financeiro ao operador, podendo, inclusive, umas lastrearem outras (por exemplo, a receita adicional decorrente da redução de perdas aparentes pode custear as ações de redução de perdas reais).

O compromisso em termos de imagem: num ambiente onde os conflitos de grande magnitude relacionados aos recursos hídricos estão presentes, fica muito em evidência que os recursos são limitados e devem ser protegidos. Os meios de comunicação, os comitês de bacias, as associações, enfim, a população passa a se interessar cada vez mais pelo tema água e desperdício. É importante que o operador possa responder a estes temas de maneira construtiva, manejando uma política clara de gestão e controle de perdas.

 

Neste sentido, é cada vez mais crescente a busca pelas companhias estaduais e municipais de saneamento por empresas no mercado especializadas na prestação de serviços de redução e controle de perdas, mercado este que cresce a cada ano. As companhias estão cada vez mais preocupadas em buscar um melhor equilíbrio entre a oferta e a demanda de água, com o consequente aumento das receitas da empresa (por conta da redução de perdas aparentes), redução de custos operacionais e postergação de investimentos (por conta da redução de perdas reais).

 

Uma das empresas que vem atuando desde 2.000 neste mercado e promovendo o apoio a diversas companhias de saneamento é a NG INFRA – Núcleo de Gestão de Infraestrutura.

 

A empresa desenvolve atividades que vão desde a fase de diagnóstico, para identificar deficiências e delinear soluções específicas, até a implementação das ações.

 

A parceria com diversas empresas nacionais e internacionais, especializadas nos seus respectivos segmentos, passou também a ser a chave de sucesso para atender a um mercado tão amplo e com diversas particularidades.

 

A NG INFRA atua em todo o território nacional, está sediada em São Paulo-SP e possui filial em Aracaju-SE.

 

Os trabalhos executados pela NG INFRA englobam, dentre outros, de acordo com a necessidade de cada companhia de saneamento:

 

– Pesquisa e atualização do cadastro de consumidores;

 

– Aplicação da tecnologia de informação para a gestão informatizada das análises, atividades e resultados das ações;

 

– Ações de adequação da macromedição e micromedição;

 

– Pesquisas para detecção e combate às fraudes, com as respectivas regularizações;

 

– Pesquisas para detecção de vazamentos visíveis e não visíveis, com os respectivos reparos;

 

– Pesquisa e atualização do cadastro de redes, com posterior modelagem hidráulica;

 

– Setorização e otimização operacional da rede de distribuição;

 

– Otimização de procedimentos e processos da companhia, com capacitação de pessoal;

 

– Renovação e reabilitação de ativos.

 

Um dos projetos mais recentes e importantes que a NG INFRA participa atualmente é COM+ÁGUA.2, trabalho contratado pelo IICA e Ministério das Cidades, no âmbito do Projeto INTERÁGUAS, focado no tema “Redução de perdas e eficiência energética”. O trabalho irá permitir a transferência de conhecimento e implantação de metodologias de gestão eficiente para redução e controle de perdas e redução do consumo de energia elétrica em sistemas de abastecimento de água. As prestadoras de serviço beneficiárias, ou seja, que receberão as ações de assistência técnica, são a Empresa Baiana de Águas e Saneamento – EMBASA e a Companhia Pernambucana de Saneamento – COMPESA.

27-09-2017