O rio São Francisco, também chamado de Rio da Integração Nacional ou, para o povão, Velho Chico, vive uma situação nunca vista. Fornece água para abastecer cidades, irrigar a agricultura, gerar energia e ainda dá o peixe. Mas o homem só faz explorá-lo. Carinho zero, nem para evitar maus-tratos.
O assunto foi o principal, ontem, no Encontro dos Presidentes de Assembleias do Nordeste, o Parlanordeste.
O presidente de Alagoas, Luiz Dantas Lima (PMDB), resumiu uma parte do flagelo, o da banda mais próxima do mar:
– Antes, o Velho Chico botava água doce mais de cinco quilômetros mar afora. Agora, mais de 50 quilômetros rio adentro estão salgados. Em algumas localidades o abastecimento virou um sério problema. A vazão mínima estimada é de 1.850 metros cúbicos por segundo. Estamos com um terço disso, apenas 550 metros.
Os deputados fecharam também com a defesa da Eletrobrás, porque, segundo Ângelo Coronel (PSD), uma coisa (o rio) está imbricada com a outra.
– O rio não está morrendo, está morto. Ninguém fala em preservar, só em recuperar. Em Remanso a captação de água está a 7 km de distância do que era antes.
Pressão federal — E qual é a estratégia para dar eficácia a tais iniciativas. Segundo Coronel, a principal é fazer pressão sobre deputados e senadores de cada estado.
Novo encontro — Segunda à tarde a Assembleia realiza outro grande evento em defesa do Velho Chico. Os presidentes das comissões de Meio Ambiente de Bahia, Minas, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, mais os da Paraíba e Ceará, que recebem água da transposição, vão se juntar aos senadores Otto Alencar (PSD) e Lídice da Mata (PSB).
05-10-2017