Avaliada em R$ 14 milhões, estação de tratamento de esgoto está parada há 8 anos em São Lourenço, MG

Mais de duas mil obras de estações de tratamento de esgoto estão paradas em todo o estado, segundo o Tribunal de Contas. Uma delas é a de São Lourenço (MG), onde os moradores pagam pela taxa de esgoto, mas não têm tratamento. Boa parte desse esgoto já poderia estar sendo tratada, mas a obra da estação de tratamento está parada há pelo menos 8 anos. Com o passar do tempo, a preocupação da comunidade com o meio ambiente só aumenta. A estação está avaliada em R$ 14 milhões. Ao todo, R$ 3 milhões já foram gastos.

 

A sujeira ameaça a saúde do Rio Verde. Cerca de 362 milhões de litros de esgoto são despejados no local todos os meses, segundo o Saae, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto. São Lourenço tem cerca de 45 mil moradores, mas o esgoto não é tratado na cidade.

 

“Por dia é bastante esgoto, agora em relação à purificação do rio, à depuração, ela leva bastante quilômetros, ela chega em Soledade cheirando mal ainda”, disse o analista ambiental Ricardo Vieira.

Abandono

 

A estação de tratamento da cidade começou a ser construída no ano 2000. Como a obra não avançou, o que já foi feito começou a estragar. No local, o mato está alto e a estrutura enferrujada.

 

“Dizem que vão concretizar, falar é fácil, papel aceita tudo. O que precisa é ação”, disse o presidente da ONG Casa da Colina, Carlos Roberto da Cunha.

 

“Em 2015, a empresa faliu, tendo abandonado as obras. Com isso, em 2016, numa enchente houve uma movimentação estrutural que até hoje não se definiu com absoluta clareza se há necessidade de destruição dos dois decantadores ou recuperação de um deles”, diz o diretor da SAAE, Eugênio Ferraz.

 

Nova licitação

 

O SAAE de São Lourenço diz que será preciso fazer uma nova licitação para escolher a empresa que vai tocar a obra, mas já adiantou que é necessário mais dinheiro para construir a estação.

 

Outras cidades do Sul de Minas também estão com obras da estação de tratamento paradas. Em Itajubá (MG), as duas estações, que custaram cerca de R$ 663 mil, estão paradas há 2 anos. Já em Aguanil (MG), a obra já está concluída mas falta verba para contratar funcionários.

 

Segundo o Tribunal de Contas do Estado, mais dinheiro público também foi investido em estações de Muzambinho (R$ 4,1 milhões), campestre R$ 402 mil) e Machado (R$ 1 milhão).

 

Em São Lourenço, os moradores pagam taxa de água e esgoto sem ter o serviço por completo.

 

“Nós achamos que seria uma coisa boa para a cidade, mas infelizmente está aí jogada, parada”, disse o comerciante Francisco José de Oliveira.

 

Fonte: G1.

23-07-2018