Sul de Minas: Projeto de Pesquisa para geração de energia a partir do lixo



Localizada em Boa Esperança (MG), iniciativa de FURNAS tem processo inovador com tecnologia 100% nacional

 

As obras da Usina Termoquímica de Geração de Energia (UTGE) de Boa Esperança avançaram em mais uma etapa. Com a renovação da licença ambiental, o projeto de Pesquisa & Desenvolvimento + Inovação (P&D + I) de FURNAS para a geração de energia elétrica a partir do aproveitamento de resíduos sólidos urbanos se prepara para começar os primeiros testes, em fevereiro de 2019. A renovação foi liberada no último mês e concedida pela Superintendência Regional de Meio Ambiente de Minas Gerais (Supram-MG).

 

“Desde o início da execução, FURNAS e a Carbogás Energia, que atuam em parceria, cumprem rigorosamente todos os trâmites necessários para o andamento do projeto. A renovação da licença garante a segurança necessária para o desenvolvimento até o final de todas as etapas, incluindo os testes e a possível operação comercial”, destaca Cassius Ferreira, engenheiro mecânico da Gerência de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica de FURNAS.

 

Após as fases iniciais de terraplanagem e montagem do galpão e canteiro de obras, a UTGE recebeu, em julho, o reator termoquímico, que segue na fase de montagem. Considerado o coração do projeto de P&D + I, o reator terá a função de transformar o combustível derivado de resíduo (CDR) em um gás para alimentar a caldeira e a turbina a vapor. Após a conclusão da montagem, iniciam-se os testes do equipamento.

 

“Entre as inovações está o desenvolvimento de uma composição específica do CDR para a geração de energia térmica. FURNAS apresentará ao país e especialistas do setor a composição ideal para geração térmica”, reforça Cassius.

 

Com investimento de R$ 32 milhões, o projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D+I) deve gerar 1MW, o que corresponde a 25% de toda energia utilizada no município de Boa Esperança.

Tecnologia pioneira

 

O projeto de Pesquisa e Desenvolvimento de FURNAS, inscrito na ANEEL sob o nº PD-0394-1602/2016, trata do desenvolvimento de uma Unidade de Aproveitamento Energético de Resíduos Sólidos Urbanos. A tecnologia em desenvolvimento foi escolhida a partir de cuidadoso trabalho de prospecção das alternativas existentes no mercado nacional e internacional. A Gaseificação em Leito Fluidizado pode ser aplicada como uma solução socioambiental inovadora e 100% nacional.

 

“O projeto se baseia na tecnologia de gaseificação, que é bastante diferente da incineração. As emissões atmosféricas são muito baixas, sendo uma tecnologia de fácil compreensão, permitindo a destinação completa dos resíduos sólidos urbanos. Quando pronta, a usina utilizará um reator termoquímico para a produção de um gás combustível, que será convertido em energia elétrica”, explica Nelson Araújo, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de Furnas.

 

O processo pode auxiliar na redução da contaminação do solo e lençóis freáticos pelo chorume proveniente do lixo, além de atender à lei 12.305/10 – Política Nacional de Resíduos Sólidos, bem como as resoluções ambientais de emissões atmosféricas.

Sobre Furnas

 

Uma das mais importantes empresas do setor de energia no mercado nacional e internacional, Furnas atua na geração, transmissão e comercialização de energia elétrica, com ativos localizados especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por cerca de 80% do PIB brasileiro. Com 61 anos de trajetória marcada pelo pioneirismo e expertise no setor elétrico brasileiro, a empresa utiliza a força da água para gerar 95% de sua energia, garantindo o fornecimento ao Sistema Interligado Nacional. Furnas está presente em 15 estados e no Distrito Federal e possui um parque gerador com 21 usinas hidrelétricas, três parques eólicos e duas termelétricas. Considerado a espinha dorsal da transmissão de energia elétrica no Brasil, o sistema de transmissão da companhia abrange 82 subestações e aproximadamente 30 mil quilômetros de linhas. Nos últimos anos, Furnas colocou em operação obras importantes, como o 1º Bipolo do Linhão de Belo Monte, a UHE São Manoel e a UHE Santo Antonio, que juntas acrescentaram o total de 4.300 MW de capacidade instalada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), energia para mais de 20 milhões de habitantes.

Fonte: JM1

04-09-2018