“Já havia soado o sinal de alerta”, diz o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda
Uma barragem da mineradora Vale se rompeu nesta sexta-feira (25), em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ainda não há informações sobre vítimas. Imagens aéreas mostram que um mar de lama destruiu casas da região do Córrego do Feijão. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil estão no local.
A Vale, segundo o site de notícias G1, informou que o rompimento ocorreu no início da tarde de hoje, na Mina Feijão. Segundo as primeiras informações, os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco.
O que se sabe até agora
Rompimento ocorreu no início da tarde na Mina do Feijão, da Vale, em Brumadinho;
Mar de lama destruiu casas, mas ainda não informações sobre vítimas;
Hospital da região se prepara para receber feridos;
Corpo de Bombeiros e Defesa Civil municipal e estadual estão no local; dois helicópteros sobrevoam a região;
Ao menos seis prefeituras emitiram alerta para que população se mantenha longe do leito do Rio Paraopeba;
Por precaução, o Instituto Inhotim está retirando funcionários e visitantes do local.
O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, lamenta a tragédia e lembra que já havia soado o sinal de alerta, primeiramente com o rompimento da barragem de Bento Rodrigues, distrito de Mariana (MG), seguido do vazamento das barragens de rejeitos de bauxita em Barcarena, no Pará e o rompimento do mineroduto em Itabirito (MG).
“Estamos estarrecidos com essa tragédia anunciada. Vamos acompanhar os desdobramentos, mas desde já nossa expectativa é que os governos federal e estadual mobilizem todos os recursos disponíveis para tentar evitar consequências mais drásticas”, afirma Miranda. O presidente disse que o Comitê só se posicionará de forma mais incisiva após apuração mais clara. “Não podemos continuar convivendo com acidentes dessa magnitude”, finaliza.
Ações de emergência
De acordo com a Defesa Civil, os moradores que moram na parte mais baixa da cidade estão sendo retirados das casas. Dois helicópteros estão sobrevoando a região.
A Polícia Rodoviária Estadual informou que a MG-040, entre as cidades de Brumadinho e Mário Campos, está totalmente interditada por causa do rompimento da barragem.
Em Betim, uma equipe da Defesa Civil está às margens do Rio Paraopeba. A intenção é monitorar o nível da água e verificar se há risco de o rio transbordar.
Autoridades
Uma força-tarefa do governo de Minas Gerais já está no local do rompimento da barragem em Brumadinho. “O governo de Minas Gerais já designou a formação de um gabinete estratégico de crise para acompanhar de perto as ações”, disse por meio de nota.
O governador Romeu Zema (Novo) vai se pronunciar apenas após ter conhecimento das informações apuradas pelas equipes que estão na região.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad) informou que ainda está levantando as informações sobre a barragem. O órgão ainda não sabe dizer se a mina tinha alarme e plano de emergência no local. O secretário Germano Vieira está indo para o local.
A assessoria do Ministério do Desenvolvimento Regional informou que o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas, está saindo de Maceió e irá para o local do acidente. Ele está acompanhado do diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Armin Augusto Braun.
Segundo a assessoria, a equipe da Defesa Civil está em contato com os órgãos de defesa civil do município e do estado de Minas Gerais para avaliar medidas a serem adotadas.
O ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse ao jornalista Valdo Cruz, da GloboNews e do G1, que uma equipe de emergência do Ibama já foi deslocada para a região. O ministro também disse que, além do atendimento às possíveis vítimas, a preocupação é com a poluição nos rios da região em razão do rompimento da barragem.
Alerta das prefeituras
Fotos de moradores divulgadas pelo Corpo de Bombeiros mostram a lama. Nas redes sociais, a prefeitura de Brumadinho, Mario Campos, Juatuba, São Joaquim de Bicas, Igarapé e Betim publicaram alertas para que a população não fique perto do leito Rio Paraopeba.
29-01-2019