Uma série de queimadas, iniciadas no sábado, nas Regiões Centro-Oeste e Norte do país, espalhou uma nuvem negra de fumaça sobre as Regiões Sudeste e Sul. Na segunda-feira (19/8), São Paulo foi encoberta por uma chuva negra, mistura de frente fria com ventos provenientes de queimadas nessas regiões. Esse material particulado em suspensão cobriu o céu de São Paulo e fez o dia virar noite às três da tarde. Na terça-feira 20/8, o céu de Belo Horizonte ficou completamente cinza.
Segundo a Revista Piauí, com informaçoes do MetSul - Empresa de Meteorologia do Sul do Brasil, a fumaça que chegou também ao Paraná é proveniente de três focos principais: queimadas na região Amazônica, principalmente em Rondônia e no Mato Grosso; e dois grandes incêndios florestais, um registrado no Pantanal do Alto Paraguai, outro na Bolívia – ambos, quase na fronteira com o Brasil.
As imagens do avanço da pluma de fumaça, que se deslocou em direção à região Sul e ao estado de São Paulo, foi captado por dois satélites – o NOAA-20, da Nasa, e o Sistema Copernicus, da Estação Espacial Europeia. Segundo o MetSul, o deslocamento foi favorecido por condições meteorológicas, como um forte vento norte. Segundo o metereologista do INMET, Franco Villela, um grande incêndio florestal originado no sábado (17) no Pantanal, em território do Paraguai, atingiu cerca de 21 mil hectares de mata.
O MetSul informou que a maior proporção da névoa que atingiu o Norte do Paraná e São Paulo provém da Bolívia e do Paraguai. E que, há dez dias, tem registrado a ocorrência de focos concentrados de incêndio na Amazônia, com o ponto mais crítico de queimadas no norte do estado de Rondônia.
No Paraguai, o incêndio consumiu 21 mil hectares da reserva natural Três Gigantes, na região do Alto Paraguai. A chuva de fuligem na região levou dezenas de pessoas a procurar atendimento médico. Enquanto na Bolívia, o fogo se concentra na região de Roboré, e os focos ainda não foram controlados.