PERFIL ABES-MG

Cícero Antônio Antunes CatapretaProjeto Perfil ABES-MG entrevista Cícero Antônio Antunes Catapreta



Fale sobre sua trajetória acadêmica/profissional

Comecei a estudar engenharia civil em 1988 e me formei em1994, tendo feito estágio em diversas empresas públicas e privadas. Imediatamente após me formar na PUC, iniciei um curso de especialização em engenharia sanitária e ambiental na própria PUC - o qual era coordenado pelo saudoso prof. Isnard Machado Ennes – e, um curso de aperfeiçoamento em saneamento e meio ambiente na UFMG. Em 1995, iniciei o mestrado em saneamento, meio ambiente e recursos hídricos, na UFMG. Nesse período, iniciei um estágio de pós-graduação na SLU, já que tinha firme intenção e convicção de atuar no setor de saneamento. Em 1997, conclui o mestrado e, posteriormente, já em 2008, conclui o doutorado na mesma área, na UFMG. Em 1999, fui aprovado em concurso público na SLU e, desde então, venho atuando nessa área do saneamento (resíduos sólidos).

Dentre as áreas do saneamento, você escolheu atuar na área de resíduos sólidos. Como ocorreu esta escolha?

Um pouco dessa escolha mencionei acima. Mas, definitivamente, o que me levou a conhecer esse ramo do saneamento e definir que seguiria atuando nele, foi o período em que fiz estágio na SLU, onde pude perceber o quanto os profissionais que atuam nesse ramo do saneamento são dedicados e apaixonados pela área. Assim como notei a grande deficiência existente no Brasil nessa área do saneamento, principalmente, quanto ao tratamento e disposição final de resíduos. Aliado a isso, percebia-se, e ainda se percebe, uma carência muito grande de técnicos atuantes nessa área. Tudo isso me fez ter certeza de que esse era a área do saneamento que eu queria atuar.

Como você conheceu a ABES?

Eu ainda era aluno de graduação, em 1993, quando conheci a ABES por meio de um professor que era associado. Vendo meu interesse pela área de meio ambiente e saneamento, ele sugeriu que eu me filiasse, o que ocorreu em 1996, quando era aluno de mestrado na UFMG (Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental), que ficava no mesmo andar da ABES, no antigo prédio da Escola de Engenharia da UFMG, no centro de BH.

Conte um pouco sobre os desafios e as vantagens de atuar no setor público.

Os desafios são grandes, principalmente, em relação a muitas restrições orçamentárias, que dificultam a execução de determinados projetos essenciais para a população e o meio ambiente, de forma geral. Muitas vezes, temos que trabalhar com um quadro reduzido de técnicos, devido à grande necessidade de realização de concursos públicos para contratação, que por sua vez, depende das condições financeiras do órgão e a autorização de outros setores para a sua realização. Mas, por outro lado, é gratificante estar em um órgão público que presta serviço direto à população, principalmente, quando se tem um retorno positivo dessa população, indicando que o esforço valeu a pena. Que acreditar no serviço público vale a pena.

E os desafios e as vantagens de ser professor? Conte um pouco sobre as disciplinas que você leciona.

Leciono há mais de 20 anos em cursos técnicos, de graduação e pós-graduação. O maior retorno que posso ter disto é o de estar contribuindo para a formação de novos profissionais. De poder repassar aos alunos o conhecimento e as experiências vividas e, vice-versa. É uma troca de experiências fantástica, além de repassar o conhecimento.

Nos dias atuais, ser professor é desafiador, dada às questões tecnológicas disponíveis, que são exigidas, e à mudança comportamental dos alunos (independente da idade/época), além da questão econômica envolvida entre os alunos e os grupos educacionais/escolas/universidades, que muitas vezes impacta no cotidiano da sala de aula.

Como você vê o papel da ABES no enfrentamento aos desafios do saneamento?

A ABES desenvolve um papel importantíssimo no setor de saneamento e meio ambiente e a considero como a maior e principal instituição não governamental atuante no setor. Nesse momento, em que o Brasil passa por mudanças e ajustes no aparato regulatório do setor de saneamento e outros relacionados, a ABES tem um lugar e papel fundamental de atuação juntos aos órgãos reguladores, órgãos públicos e empresas privadas, buscando sempre contribuir para a universalização do saneamento de forma sustentável e social.

Quais são suas expectativas para o congresso da ABES?

Será o maior congresso já realizado pela ABES, assim espero. O maior desde que a pandemia foi decretada, e o primeiro em que as restrições não estarão impostas pelas autoridades sanitárias. Por isso, a expectativa é grande. Todos poderão se encontrar e confraternizar de forma mais livre, como sempre foi. Devem-se considerar também as questões técnicas, como as palestras, reuniões de comissões, mesas redondas - que são sempre de alto nível - além dos trabalhos técnicos que, a cada congresso, se mostram como uma grande oportunidade de apresenta os resultados das pesquisas realizadas e as experiências regionais.

Conte um pouco sobre sua vida pessoal.

Bom, tenho pouco a falar. Sou belorizontino de nascimento e montesclarense de coração. Minha família praticamente é toda do Norte de Minas, especificamente da região de Montes Claros. Sou casado há 20 anos e tenho um filho.