PERFIL ABES-MG

Projeto perfil entrevista Eduardo Luiz Rigotto - Engenheiro Civil, Especialista em Gestão Empresarial e em Saneamento Ambiental e Superintendente da Unidade de Negócio Centro da Copasa.

Eduardo Luiz Rigotto

Fale sobre a sua trajetória acadêmica/profissional

O ano de 1984 foi marcante na minha vida. Foi quando iniciei minha carreira na COPASA, como Técnico em Pitometria, e iniciei também a graduação em Engenharia Civil pela FUMEC MG, em Belo Horizonte. Neste mês de abril completo 39 anos como empregado da COPASA, ocupando o cargo de Superintendente da Unidade de Negócio Centro. Nesta jornada, realizei quatro especializações voltadas para a gestão empresarial e para o saneamento ambiental. Trabalhei em várias cidades, mas sempre na gestão da prestação de serviços e operação de sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário.

Como você conheceu a ABES?

Na COPASA sempre tivemos muitos colegas ligados à ABES-MG. No início dos anos 90, nossa amiga e baluarte da ABES-MG, Fátima Gouvea, a qual considero com madrinha na instituição, convidou-me para participar de movimentos para criação de Comitês de Bacias Hidrográficas. A partir deste momento, o relacionamento com outros baluartes da ABES, tais como: Márcio Pedrosa, Mônica Bicalho, Célia Rennó, Samir Mauad, entre outros, foi só aumentando. Destaco também minha atuação em diversas edições do Prêmio Nacional de Qualidade em Saneamento (PNQS) da ABES Nacional, do qual participo desde 2006, tendo conquistado 05 premiações em melhores práticas de gestão para Unidades da COPASA, onde eu ocupei cargo de Gestor.

Conte um pouco sobre os desafios e as vantagens de atuar em uma das maiores Companhias de Saneamento do Brasil?

O saneamento no Brasil passa um momento histórico com a publicação do Novo Marco Regulatório, ocorrida em 2020. Este estabelece metas ousadas de universalização do saneamento, com índice de atendimento de 99% para o abastecimento de água e 90% para esgotamento sanitário, até dezembro de 2033.

Numa tentativa de acelerar a implantação destas metas, a Lei 14.026 que instituiu o Marco, tem como principal destaque o incentivo para empresas privadas, em um mercado, onde as empresas estaduais são detentoras de 80% dos contratos de prestação de serviços. Neste exato momento, a Lei está recebendo decretos que alteram sua forma original, flexibilizando as regras para permitir que os seus objetivos sejam alcançados mais rapidamente.

Pairam incertezas que só o tempo trará respostas. A desfiliação de grandes empresas estaduais de saneamento da AESBE, demonstra um desejo de que estas sejam tratadas como privadas e não mais como públicas, ganhando maior competitividade. Outro grande desafio do setor será o de criar instrumentos que confiram atratividade para investimentos de empresas privadas em municípios de menor porte, que não possuem a comprovação da viabilidade econômica necessária aos contratos com metas para a universalização. Até então, as empresas estaduais, detentoras de concessões superavitárias e deficitárias, operam no mercado com o chamado “subsídio cruzado”, que na prática significa uma política social de transferência de renda, tal como outras existentes em um país com enormes desigualdades sociais.

 

Qual foi o trabalho que você considera mais marcante em sua carreira até o momento?

Sem sombra de dúvidas foi a conquista do PNQS/ABES, na categoria Diamante, no ciclo de 2021, onde a COPASA, representada pela Unidade de Negócio Norte, onde eu estava como principal gestor, conquistou o prêmio. Neste ano, em que a ABES completa 57 anos, seu protagonismo se consolida como a grande promotora do desenvolvimento do saneamento no país, por meio do PNQS, que se equivale ao “Oscar” do Saneamento, sendo único para o setor em todo o mundo. Meu crescimento profissional também se deu, em grande medida, à minha participação em diversos eventos da ABES, em especial pela presença em inúmeros CBESA e Fitabes, ambos promovidos pela ABES.

 

Você vem participando ativamente das atividades da ABES, o que toda essa atuação agregou para sua vida profissional?

Participo de diversas formas na ABES, destacando as atuações como representante da ABES em CBHs, as edições anuais do PNQS nas suas diversas categorias, CBESAs, Fitabes, etc. Também atuo na gestão da ABES MG, ocupando o cargo de diretor voluntário, desde 2018. A ABES oferece a seus associados o que há de melhor em Saneamento no Brasil, participar de seus cursos e eventos nacionais foi decisivo para minha carreira, conferiu notoriedade e reconhecimento profissional na COPASA.

Como você vê o papel da ABES para a área do Saneamento e para a sociedade?

O setor de Saneamento será a “bola da vez” dos grandes investimentos do Brasil em infraestrutura. Com todo o aporte de recursos anunciado, será necessário ampliar o contingente de profissionais e prepará-los em conhecimento de processos tecnológicos e de gestão, para garantir o alcance das metas de universalização. A ABES, com sua capilaridade e competência, terá uma participação fundamental neste processo, catalisando e disseminando o conhecimento.

Quais são suas expectativas para o congresso da ABES?

O Congresso de BH acontecerá exatamente quando estão sendo tomadas importantes decisões sobre os regramentos que permitirão fazer com que metas do Marco Relatório sejam efetivadas. A ABES-MG será protagonista do maior e mais importante palco de debates e esclarecimentos sobre as novas regras, atraindo o interesse de profissionais, empresas estaduais e privadas, indústria de equipamentos, enfim, será uma edição histórica do CBESA.

Conte um pouco sobre sua vida pessoal.

Com 58 anos, casado a 33 com Genara, temos 02 filhos, João Paulo e Luiz Henrique, ambos engenheiros e mestres em Saneamento. O momento atual é de muito trabalho e percebo que tenho muita energia, embora eu já comece a pensar em desligar-me da COPASA. Inspiro-me nos colegas da ABES, cuja maioria já está aposentada, mas continuam com seu trabalho voluntário e os vejo com uma energia fantástica, fazendo do trabalho um prazer. Na ABES temos atividades intelectuais, muito convívio social e desenvolvemos um sentimento altruísta, pois aplicamos todo o conhecimento adquirido ao longo da carreira profissional em prol da qualidade de vida da sociedade e é exatamente como meus colegas que eu quero ser no futuro.