Para debater o estágio atual das Políticas Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos, a ABES-MG realizou, nos dias 3 e 4 de junho, no auditório do CREA-MG em Belo Horizonte, o seminário “A implantação das políticas de resíduos sólidos”. Vários especialistas participaram e durante dois dias ajudaram a traçar um panorama de como anda a implantação dessas políticas e os principais desafios a serem superados para o cumprimento da legislação.
Durante a abertura, a presidente da ABE-MG, Célia Rennó, destacou que é papel da ABES-MG propor essa discussão e explicitar o papel de cada um dos entes nesse processo de implantação das políticas de resíduos. “Sabemos do esforço da União, que já cumpriu uma parte das diretrizes da Politica, mas ainda há muito que fazer. Hoje menos de 20% dos municípios fizeram seus planos de gerenciamento de resíduos. Dentre os que elaboraram seus planos, a maioria está incompleto, faltando uma serie de temas como as tecnologias a serem aplicadas, a questão da educação ambiental a redução do consumo e etc. Além disso, o prazo para erradicação dos lixões, vence em 2014 e torna urgente o debate do tema”, disse.
O Diretor de Relações Institucionais do CREA-MG, José Tarcísio Caixeta, destacou a importante contribuição que o seminário tem para enriquecimento e atuação de todos rumo à implantação das políticas de resíduos sólidos no país. “Precisamos colocar o conhecimento a serviço da sociedade”.
Para Ricardo Simões, presidente da Copasa, o tema resíduo é a bola da vez e, apesar dos avanços, o cenário ainda é nebuloso. “Dada à dimensão do problema é preciso o envolvimento de todos os setores de responsabilidade jurídica e da sociedade civil organizada para conscientizar a população sobre a necessidade de priorizar condições sanitárias satisfatórias para os resíduos. Não há soluções milagrosas, temos que debater as tecnologias mais adequadas a cada realidade, criar mecanismo para implementar essas iniciativas e envolver a participação de todos, pois se trata de uma prestação de serviços, que tem custos e precisa de mecanismos institucionais para a gestão e enfrentamento mais efetivo”, afirmou.
A presidente da Feam Zuleika Torquetti destacou que o evento, parceria entre a ABES-MG, Copasa, CRBio, CREA-MG e Feam reúne pessoas qualificadas, capazes de refletir sobre as diversas nuances da politica e ajudar a propor e estabelecer uma proposta concreta e tecnicamente viável para os resíduos sólidos. “Teremos muitos anos de trabalho pela frente e temos que ser persistentes”, afirmou.
A palestra de abertura ficou por conta do renomado professor Genebaldo Freire Dias, que de forma lúdica, levou os participantes a refletir sobre os impactos do consumo. Para ele, a educação vem distanciando o homem dos valores verdadeiros da vida. Enquanto acumula conteúdo vai se desconectando da natureza e se tornando extremamente limitado. “Diante dessa limitação, consume sem questionamento e deixa de interpretar os sinais da natureza”.